Santos FC
·2. Dezember 2024
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Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Um dos gols mais comemorados pela torcida santista foi o gol marcado pelo irreverente Serginho Chulapa na vitória do Santos pelo placar de 1 a 0, diante do arquirrival no Estádio do Morumbi no dia 2 de dezembro de 1984. Esse inesquecível gol deu ao Alvinegro Praiano o seu 15º de título de Campeão Paulista.
A decisão do campeonato voltava a ser pelo total de pontos corridos, critério utilizado pela última vez no ano de 1972 e o time santista chegou na última rodada do Paulista com vantagem de um ponto sobre o Corinthians, que buscava o tricampeonato.
O ambiente que cercou aquela decisão era favorável ao alvinegro da capital, considerado favorito pela maior parte dos jornalistas esportivos. O Santos, treinado por Carlos Castilho, parecia perder força na reta final.
Nos últimos oito jogos tinha empatado cinco, todos por 0 a 0. Naquele domingo o estádio do Tricolor Paulista recebeu um público de 101.587 pagantes. Para o Peixe o empate já lhe daria o tão esperado título, pois a última conquista estadual tinha sido a de 1978.
O Alvinegro Praiano entrou em campo com Rodolfo Rodriguez; Chiquinho, Márcio, Toninho Carlos e Toninho Oliveira (Gilberto); Dema, Paulo Isidoro, Humberto e Lino; Serginho Chulapa e Zé Sérgio (Mário Sérgio). O técnico era Carlos Castilho, que quando jogador marcou época defendendo a meta do Fluminense.
Até ali o Santos tinha 14 títulos paulistas, todos conquistados na era profissional do futebol, e já tinha sido duas vezes tricampeão estadual (1960/61/62 e 1967/68/69).
A partida tinha muitos destaques, como o goleiro uruguaio Rodolfo Rodríguez, contratado no início daquele ano, o meio campo Paulo Isidoro e o atacante Serginho, que brigava pela artilharia do campeonato.
O Santos contava ainda com outros jogadores que já tinham servido à Seleção Brasileira, caso dos zagueiros Márcio e Toninho Carlos, do volante Dema e do ponta-esquerda Zé Sérgio que ocupava a vaga deixada por João Paulo, que durante os anos de 1977 a 1983, defendera o time santista e nessa partida jogou pelo time alvinegro da capital.
No início da partida o time de Parque São Jorge buscou atacar mais e conseguiu algumas oportunidades, mas logo o Santos passou a dominar e terminou a primeira etapa mais perto do gol.
Na segunda etapa praticamente houve uma repetição do que acontecera no primeiro tempo. O goleiro uruguaio Rodolfo Rodríguez era a certeza de confiança no arco santista e Serginho continuava como o atacante santista mais perigoso.
Aos poucos, Humberto passou a perceber as brechas no lado direito da defesa adversária, justo aquele em que o Santos contava com o ágil e bom driblador Zé Sérgio. Por ali ambos fizeram uma ou duas jogadas, até que aos 27 minutos Humberto abriu outra bola longa para o ponteiro.
Zé Sérgio avançou, cortou, ficou frente a frente com o zagueiro Juninho e de repente tocou à sua esquerda, buscando Humberto. Este conseguiu cruzar, rasteiro, antes do calço de Juninho. A bola passou por todos, até pelo goleiro Carlos, que pulou atrasado, e ficou à mercê de Serginho, que só tocou para o gol, de esquerda, e já correu para festejar com a imensa torcida santista e com seus companheiros. O gol, o único da decisão, tornou Serginho o artilheiro do Campeonato, com 16 gols, empatado com Chiquinho, do Botafogo de Ribeirão Preto.
O Santos teve no certame o segundo ataque mais positivo, com 54 gols, e a defesa menos vazada, com apenas 19 gols, e o melhor saldo positivo, 35 gols. Depois dessa memorável conquista estadual o Santos voltaria a ser campeão regional mais sete vezes totalizando 22 conquistas.
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