Ceará x Atlético: coletiva de imprensa com Cuca | OneFootball

Pergunta: O Atlético veio e derrotou o melhor mandante no Campeonato Brasileiro. Qual foi a estratégia pensada para hoje? Sempre que o Hulk não começa, é uma situação diferente…

CUCA: “Posso resumir para você de trás para adiante. Você acha que a gente jogaria um segundo tempo igual a gente jogou se eu entro igual entrei no primeiro tempo tendo jogado na quinta-feira até meia-noite? E o adversário jogando com 50 mil a favor, com 10 dias de trabalho, sem viagem…

“Então, é o risco que o treinador corre. Ninguém tirou o Hulk do time. Nós fizemos a estratégia de ganhar o jogo com ele no segundo tempo. Isso foi conversado com o jogador. Não podíamos perder no primeiro tempo. Teríamos que equilibrar as condições físicas, para, no segundo tempo, ganhar. Corremos o risco, sei que sou criticado por entrar só com um atacante, sem ambição de ganhar, três zagueiros. Mas o resultado fala por si. Vencemos e isso foi o mais importante. Acho que a estratégia foi perfeita. Lógico que é arriscado deixar um grande ídolo e referência como é o Hulk, fora. Mas não foi opção técnica, foi estratégia. Foi assim que planejamos e deu certo. Agora, mais para frente, é diferente”.

Pergunta: Qual importância dessa vitória para o Atlético e o que foi predominante para sair com os três pontos?

CUCA: “Viemos de um fracasso na quinta-feira, com dois gols anulados, pênalti assim. E a gente tem que provar todo dia. Se hoje a gente não levanta a guarda e perde o jogo, é crise anunciada. Time grande é assim. Fomos valentes, competimos até o fim. Acabamos o jogo de igual para igual, fisicamente falando. Com todos os fatores que eu falei. E não sofremos grandes sustos. Uma bola cabeceada que o Everson espalmou na trave. No segundo tempo, controlamos bem, jogo de inteligência, posse de bola, sem muitas situações de gol, mas foi como tinha que ser”.

Pergunta: Você citou os três zagueiros, mas hoje fez uma variação usando o Rubens com total liberdade para atacar e o Alonso sustentando o lado esquerdo. No centro do campo, liberou o Patrick, sustentou o Alan Franco. Fala sobre a estratégia envolvendo os três zagueiros e, também, essa personalidade de atacar.

CUCA: “Legal a sua leitura tática, foi assim que planejamos. Saída de jogo com três zagueiros, com os alas espetados, Natanael e Rubens. E com dois meias, Scarpa e o Igor Gomes, e os dois volantes. Para defender, passava a ser linha de quatro, o Alonso virava o lateral esquerdo com o Natanael abaixando. Foi assim que conseguimos fazer um jogo que não era para vencer no primeiro tempo, não tinha essa necessidade. Sair na frente não é sinônimo de ganhar. Era equilibrar situações, no aspecto físico, para ter as oportunidades no segundo tempo e conseguir a execução”.

Pergunta: Queria que você falasse sobre a questão mental do Rony, que tentou um voleio antes do gol e foi vaiado pela torcida do Ceará. Depois, fez um golaço. E fala da dificuldade de jogar contra o Ceará no estádio com 50 mil pessoas.

CUCA: “O Rony jogou de centroavante na primeira parte, ali sozinho na frente. Mas tinha o Rubens na ponta esquerda, o Scarpa na direita, e chegada do Igor Gomes. Não era um time de velocidade, mas de controle de bola. No segundo tempo, usamos a velocidade, com Júnior Santos e Hulk, usando o Rony no lado de campo. Ele é muito guerreiro, se sacrificou. O time todo jogou coletivamente, pensando no “nós”. Ele deu aquela bicicleta furada que, em outras vezes, fez golaços. Depois, foi compensado pelo sacrifício, pela entrega dele, fazendo o golaço da vitória”.

Pergunta: O Atlético tem crescido no segundo tempo, com mudanças surtindo efeito. O elenco tem absorvido o que você pede no intervalo?

CUCA: “Sim, a gente não tem um grande elenco, mas estamos satisfeitos. Nós, dos últimos 21 pontos, ganhamos 15 no Brasileiro. É muita coisa. Nós estamos sete partidas no Brasileiro, é coisa grande. Saímos da vice-lanterna do Campeonato e estamos no bloco de cima. Vamos fechar essa primeira etapa, contra o Internacional em casa, e fazer o melhor possível. Quem sabe uma vitória, passando a ter 20 pontos, em bloco de pré-Libertadores. As coisas vão se definindo. Vem a parada, a janela, podemos e devemos nos fortalecer. No segundo semestre, fazer boa campanha”.

“Estamos contentes. Lógico que tem tropeços, não é todo dia que apresentaremos o nosso melhor. São 13 jogos em menos de 40 dias, é muita coisa. Cansa até emocionalmente. Outro dia, estava tentando lembrar qual foi o jogo antes do anterior, e não lembrava. É muito jogo. Agora, imagina querer que o jogador jogue 90 minutos toda vez na alta intensidade. Quando você tira um jogador importante, quando tiramos hoje, todo mundo questiona. Mas tiramos na hora certa, para ele estar inteiro na hora certa. Entrou, colocou uma bola na trave. Ajudou. Jogou bem. De repente, se a gente inicia jogando assim, não faríamos o segundo tempo e ganharíamos o jogo. Não sei, pode até ser que ganharíamos, mas o adversário estava mais inteiro na parte física”.

Pergunta: Como vem sendo a conversa com o Hulk, porque ele foi perguntado no último jogo o motivo de não bater falta. Ele teve uma lesão e não estamos vendo ele 100% fisicamente. Como é convencê-lo a ficar no banco e entrar no segundo tempo?

CUCA: “Claro, a gente é honesto, franco. Chamei ele na sexta-feira, conversei, mostrei a equipe que iria começar a jogar, o plano de jogo, e falei que ele seria fundamental entrando no segundo tempo, tinha certeza disso. Eu achava que ele faria o gol, bateu na trave. Lógico que ele não gosta, fica puto, mas faz parte. Importante é ganhar (risos)”.

Pergunta: Antes do jogo contra o Inter, haverá uma folga. Como será o planejamento disso, com descanso? E você terá o Dudu…

CUCA: “Iremos parar por 10 dias (data Fifa). Segunda e terça, iremos viajar de manhã no domingo, iremos descansar dois dias, trabalhamos na quarta. Pretendemos fazer um jogo-treino lá na Arena. Para alguns jogadores que não conhecem o gramado, se adaptarem mais um pouco, para aqueles que não estão jogando. Isso está programado. A ideia é essa, dar um pouco de jogo para quem não está jogando, inclusive para o Dudu, também”.

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