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·13. April 2025

Caso VaideBet: Polícia vê elementos para indiciar Augusto Melo e ex-dirigentes do Corinthians

Artikelbild:Caso VaideBet: Polícia vê elementos para indiciar Augusto Melo e ex-dirigentes do Corinthians

A Polícia Civil de São Paulo deve divulgar na primeira semana de maio a conclusão da investigação, ainda em curso, sobre o contrato entre Corinthians e VaideBet e suas consequências. O presidente do clube, Augusto Melo, e os ex-dirigentes Sérgio Moura, Marcelo Mariano e Yun Ki Lee devem ser indiciados após aproximadamente um ano de apuração e colheita de provas e depoimentos.

Na semana passada, a Justiça concedeu a liberação para que os investigados e seus respectivos advogados tivessem acesso a todo o conteúdo do processo, inclusive documentos pertinentes a pastas sigilosas. Desta maneira, Augusto Melo, Sérgio Moura e Marcelo Mariano tomaram conhecimento das provas materiais que a Polícia já anexou sobre eles.


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A Gazeta Esportiva teve acesso a parte deste material. Em meio às centenas de páginas, há um despacho em que o delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC, responsável por casos de lavagem de dinheiro), afirma ter elementos suficientes para indiciar Augusto Melo, Sérgio Moura e Marcelo Mariano por associação criminosa, antigo crime de formação de quadrilha, e lavagem de dinheiro com receitas desviadas do próprio Corinthians para este fim criminoso.

A investigação ainda sustenta, segundo despacho oficial nos autos, que a Rede Social Media Design LTDA, empresa citada no contrato como intermediadora do negócio e de responsabilidade de Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, jamais desempenhou qualquer papel de intermediação e faria parte, portanto, do plano liderado pelo trio de dirigentes corintianos para o suposto desvio final, à época orçado em R$ 25,2 milhões em três anos.

Yun Ki Lee, diretor jurídico na ocasião, não enviou o contrato ao compliance do clube, assumiu esta responsabilidade, não identificou e tampouco informou às autoridades qualquer problema. Por isso, deve ser indiciado como partícipe, aquele que contribui de forma consciente para a execução de um crime sem ser o autor do mesmo.

Os relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão brasileiro que combate a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, também apresentaram situações complicadoras para Augusto Melo, Sérgio Moura e Marcelo Mariano, principalmente pelo cruzamento dos dados do trio, assim como as quebras de sigilos bancários. Por meio delas, a Polícia identificou depósitos em empresas ligadas ao crime organizado, além de uma conta bancária de Augusto Melo, em Santa Catarina, que registrou depósitos frequentes e em espécie, ou seja, em dinheiro vivo, a partir de dezembro de 2023.

Ciente de todos os detalhes, o trio qualificado como “investigado”, e não como testemunha, está com oitivas agendadas para os dias 14, 15 e 16 de abril (segunda, terça e quarta-feira), todos às 14 horas, no DPPC. Marcelo Mariano será o primeiro a ter de se explicar. No dia seguinte, Sérgio Moura é quem responderá aos questionamentos das autoridades. Por fim, na terceira data, a Polícia espera ouvir Augusto Melo.

Estas oitivas serão a grande oportunidade para Augusto Melo, Sérgio Moura e Marcelo Mariano tentarem mudar o rumo das investigações, apresentando justificativas e provas que levem a conclusões contrárias a tudo que já foi colhido. Caso alguém opte por não comparecer à Polícia, uma nova e última intimação deve ser feita para a semana seguinte. Independentemente da postura dos investigados, que podem se ausentar ou ficar em silêncio na delegacia, o caso deve ser concluído entre o fim de abril e a primeira semana de maio, quando as autoridades vão informar ao público o desfecho do inquérito.

Na hipótese de os indiciamentos serem confirmados, a Polícia encaminha o processo dos indivíduos ao Ministério Público, responsável por fazer a avaliação das provas colhidas. Por último, um promotor de Justiça pode oferecer a denúncia ou optar pelo arquivamento do inquérito policial, que, neste caso, tem sido acompanhado desde o início pelo Promotor de Justiça do Gaeco (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Juliano Carvalho Atoji.

IMPEACHMENT

No Corinthians, o caso VaideBet se tornou um processo que discute a possibilidade de destituição de Augusto Melo do cargo de presidente. No último da 20 de janeiro, o Conselho Deliberativo do clube decidiu, por maioria simples, que a votação para o afastamento imediato de Augusto Melo tem de acontecer. Em seguida, no mesmo dia, a reunião foi suspensa após muito tumulto e deve ser finalizada tão logo o CD entenda que há segurança para que os conselheiros possam comparecer para participar e votar.

Caso o Conselho decida pelo impeachment de Augusto Melo, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube.

Paralelamente, neste eventual cenário, Romeu Tuma Jr., presidente do CD, terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube.

Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído.

Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo ou na Assembleia Geral, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente.

No entanto, vale lembrar que há um outro processo de destituição correndo simultaneamente, este a pedido do Conselho de Orientação e motivado por dados técnicos e números apresentados no último relatório do órgão sobre as demonstrações financeiras do primeiro semestre da gestão, e que também pode vir a ser votado no Conselho Deliberativo. Esse processo pode se agravar se as contas de 2024 da gestão não forem aprovadas A apresentação das demonstrações financeiras está atrasada e deve ser votada ainda neste mês de abril.

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