Jogada10
·5. August 2025
Caso Savarino expõe a complexidade e os riscos da rede de clubes de John Textor

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·5. August 2025
A recente briga entre Botafogo e Lyon, conforme uma apuração do portal ge mostrou, parece ter escancarado os grandes riscos das multipropriedades no futebol. O modelo de rede de clubes, aliás, enfrenta seu maior teste no grupo do empresário John Textor. O caso do atacante Savarino, em particular, ilustra perfeitamente toda essa complexidade. Uma venda estratégica, um veto familiar e uma cobrança milionária, portanto, colocam em xeque o sistema.
A ideia da “Família Eagle”, na teoria, era de cooperação mútua entre os clubes. As equipes, como o Botafogo e o Lyon, deveriam funcionar como uma empresa única. O conceito de “caixa único”, por exemplo, permitiria que um time ajudasse o outro em momentos de dificuldade. Foi com base nessa filosofia que o Botafogo alega ter aceitado fazer certos negócios.
Na prática, contudo, a relação se mostrou prejudicial para um dos lados. O Botafogo afirma em notificação que foi “forçado” a aceitar vendas com grandes descontos. O objetivo, segundo o documento do clube, era apenas gerar caixa para o Lyon. O time brasileiro, de fato, se sentiu bastante lesado pela forma como a operação foi conduzida.
O caso de Savarino é o exemplo mais claro desta complexa situação. Textor “vendeu” o jogador ao Lyon para garantir um reforço futuro para os franceses. A família do atleta, no entanto, vetou completamente a mudança para a Europa. O resultado de hoje, então, é um paradoxo: o jogador atua no Botafogo, mas seus direitos econômicos pertencem, no papel, ao Lyon.
A briga, em resumo, questiona todo o modelo de gestão da rede. A suposta sinergia entre os “clubes-irmãos” se transformou em uma grande disputa judicial. O caso Savarino mostra como as estratégias corporativas podem esbarrar no fator humano. O futuro da “Família Eagle”, enfim, agora parece totalmente incerto e imprevisível.