BASTIDORES: Plano de promoção de jovens e descarte de Igor Vinícius motivaram São Paulo a dar um ano a mais que o previsto a Cédric | OneFootball

Português durante partida contra o Náutico (Victor Monteiro/Instagram)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

O São Paulo anunciou na última quarta-feira (30/4) a renovação de contrato com Cédric Soares. A prorrogação do vínculo de certa forma já era até esperada. O que surpreendeu foi o tempo agora que o veterano português, que completará 34 anos em agosto, terá como jogador do Tricolor: até o final de 2027. Inicialmente, o desejo da diretoria seria por um acordo até o final do ano que vem.

Em partes, a decisão de estender o vínculo de Cédric por mais de dois anos parte do planejamento interno do São Paulo para dar maior rodagem e experiências às suas duas principais revelações para a posição na base: Igor Felisberto e Maik.

Internamente, o clube do Morumbi já trabalha com a possibilidade de não contar mais com Igor Vinícius. Desde 2019 no Tricolor, o lateral de 28 anos tem contrato somente até o final deste ano. E as conversas pela renovação estão paralisadas. O jogador tem sondagens do futebol asiático. E o São Paulo não quer dar aumento salarial. Em julho ele já pode assinar pré-contrato com quem quiser. E o fato dele ter perdido posição, tanto para o português, quanto para o zagueiro Ferraresi, improvisado, pesa no fim do relacionamento entre as partes.

No entendimento dos dirigentes tricolores, o mercado de lateral-direito é um dos mais complicados, seja por falta de boas opções, seja por falta de dinheiro para contratações. Por isso, garantir a permanência de Cédric se tornou primordial.

Fontes ouvidas pelo AVANTE MEU TRICOLOR são somente de elogios ao português. Fatores como a dedicação aos treinos, a capacidade física e a integração ao grupo foram repetidas à reportagem.

Os elogios vieram também da comissão técnica. Luis Zubeldía está encantado coma dedicação de Cédric e seu voluntarismo em ajudar. Citou aos dirigentes o fato do português, mesmo tendo vocação defensiva a maior parte da carreira, ter topado a jogar de ponta como um exemplo de dedicação.

Foi Zubeldía também quem apontou o fato de como Cédric poderá ajudar no desenvolvimento das duas promessas da base. Ao trabalharem diariamente com o português no CT da Barra Funda, a crença é que cresçam ainda mais e possam, nesses mais de dois anos do contrato dele, ganharem enfim chances esporádicas no time.

O jogador português chegou ao Tricolor em janeiro deste ano e rapidamente conquistou o seu espaço: desde a sua estreia, jogou 16 dos 17 jogos do time são-paulino, sendo titular em 11, e também demonstrou versatilidade ao atuar pela ponta-direita.

Conforme o AMT revelou, a diretoria tricolor queria definir um vínculo até o final do ano que vem com o veterano, que completa 34 anos em agosto. Mas Cédric preferiu a cautela, já que primeiro queria consultar os familiares sobre os planos de seguir ou não morando no Brasil.

O jogador, contudo, está ambientado e decidiu então seguir no país, apesar de ter recebido sondagens de clubes portugueses.

Campeão da Eurocopa de 2016 como titular de Portugal, Cédric chegou ao Morumbi com um contrato de risco, semelhante aos moldes do que foi assinado pelo zagueiro Sabino, de três meses.

O novo acordo entre jogador e clube, conforme revelou a 'ESPN' não é de um grande aumento salarial, que possa complicar as combalidas contas são-paulinas. À emissora, uma fonte revelou "que se trata de uma valorização, já que Cédric topou ganhar muito abaixo do mercado para assinar".

Cédric Soares surgiu no Sporting, acumula passagens por Southampton-ING, Inter de Milão-ITA e Arsenal, entre outros, e chegou ao São Paulo sem custos porque estava livre no mercado. Ele estava desempregado há quase meio ano. Apesar da desconfiança inicial, o veterano engrenou e assumiu status de titular.