Calciopédia
·26. November 2024
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Um mero pontinho separa o quinto colocado do líder da Serie A: são simplesmente quatro equipes empatadas com 28 pontos conquistados. Logo acima, com 29, temos o Napoli. Depois de duas rodadas sem vencer, os partenopei bateram a Roma com um 1 a 0 magro, mas suficiente para manter a ponta numa jornada em que seus rivais superaram adversários bem mais acessíveis.
No pelotão de perseguidoras do Napoli, várias equipes estão fazendo temporadas fantásticas. A começar pela Fiorentina, que finalmente engrenou sob o comando de Raffaele Palladino e chegou ao sétimo triunfo consecutivo com um elenco recheado de jogadores rejeitados em outras praças. Com exatamente o mesmo saldo está a Inter, que melhorou muito seus números ofensivos graças a um frágil Verona, que não ofereceu resistência e levou cinco gols de uma escalação alternativa proposta pelos nerazzurri.
Finalizando o que há de melhor no futebol italiano, a Atalanta, com o melhor ataque da competição, balançou três vezes a rede do Parma e poderia ter feito mais – inclusive, tem o artilheiro do torneio, Retegui, e Lookman, um dos cinco mais prolíficos. Se a Dea é uma grande potência ofensiva, a Lazio transformou sua casa em uma fortaleza: melhor mandante da liga, demorou para abrir o placar contra o Bologna, mas fez valer a vantagem numérica na reta final para construir uma boa vitória.
No grande confronto da rodada, Juventus e Milan decepcionaram. Um jogo que prometia pela importância acabou não entregando absolutamente nada. Os bianconeri, sem armas no ataque, fizeram sua parte na defesa para garantirem pelo menos um ponto no San Siro e ainda continuarem próximos do primeiro pelotão – embora menos do que antes da data Fifa. Já os rossoneri, bem… Parece que a briga pelo título terá que ficar para uma outra temporada. Confira tudo isso e muito mais no resumo do fim de semana.
Gol e assistência: Lukaku (Di Lorenzo) Tops: Di Lorenzo e Anguissa (Napoli) Flops: Angeliño e Hummels (Roma)
Pressionado por quatro times diferentes, todos a um ponto de distância, o Napoli de Antonio Conte fez o dever de casa, por mais que com uma exibição apenas mediana no Derby del Sole. Não tinha momento melhor para os líderes do campeonato enfrentarem a Roma, que passa por uma turbulência que não parece ter hora para terminar e iniciou a trajetória de um terceiro treinador diferente nesta temporada.
Claudio Ranieri mandou os giallorossi a campo sem Dybala, longe das condições físicas ideais, e com a clara intenção de reduzir ao máximo os espaços do rival. No primeiro tempo, até funcionou. Napoli não criou tanto perigo frente ao compacto 4-4-1-1 montado pelo veterano, que chegou a escalar o volante Pisilli como meia pela esquerda.
Após o intervalo, o técnico romano sacou Pellegrini e El Shaarawy, que não vinham rendendo, de modo a enviar uma mensagem para o vestiário – até mesmo os senadores do elenco teriam de ganhar seu lugar em campo. Porém, a mudança para o 3-5-2 não deu certo. A bem da verdade, até poderia ter funcionado melhor se Angeliño não tivesse se descuidado na marcação e permitido que Di Lorenzo fizesse uma boa jogada, terminada em lei do ex: Lukaku se antecipou a Hummels, que entrara no segundo tempo, e marcou seu quarto gol em seis jogos contra a Roma. Ainda houve tempo para um susto dos visitantes, com Dovbyk carimbando o travessão, mas nada além disso.
Gols e assistências: Correa (Thuram), Thuram (Correa), Thuram (Bastoni), De Vrij (Asllani) e Bisseck (Correa) Tops: Thuram e Correa (Inter) Flops: Dawidowicz e Bradaric (Verona)
A diferença técnica e tática gritante entre os times se traduziu em campo. Um Verona completamente frágil não conseguiu segurar o ímpeto da Inter, que amassou mesmo com um onze inicial alternativo, sem nomes como Çalhanoglu e Lautaro. E com surpresas bem alternativas também: em baixa e desprezado pela torcida nerazzurra, Correa foi titular de maneira surpreendente e fez uma excelente partida, somando um gol e duas assistências.
Thuram também fez uma excelente partida, com dois gols e uma assistência, e, como é muito natural no jogo do time de Simone Inzaghi, os zagueiros avançaram bastante no campo e participaram diretamente dos outros gols da goleada. Bisseck e De Vrij marcaram, à medida que Bastoni foi essencial na criação de jogadas e ajudou até com um passe decisivo.
O Verona, por outro lado, não mostrou nenhum organização defensiva e seus jogadores, individualmente, tiveram um desempenho muito abaixo do aceitável – especialmente Dawidowicz, que colecionou erros. Felizmente para a torcida da casa, no segundo tempo, os nerazzurri fizeram alguns testes e seguraram o volume de jogo, só cadenciando o confronto e não forçando a ampliação do placar construindo inteiramente antes do intervalo.
Numa das maiores surpresas da rodada, Correa brilhou na goleada da Inter sobre o Verona (Getty)
Tops: Thiaw (Milan) e Thuram (Juventus) Flops: Emerson Royal (Milan) e Conceição (Juventus)
Uma partida para matar a saudades do allegrismo. Uma Juventus repleta de desfalques no setor ofensivo fez o arroz com feijão para não passar sufoco contra o Milan. Nenhum dos lados conseguiu efetivamente ameaçar o adversário, porém, a equipe bianconera saiu mais contente – ou menos insatisfeita –, por ter roubado um ponto em Milão. Afinal, agora está mais distante da liderança. O Diavolo, por sua vez, já vê a disputa do scudetto se tornar miragem.
Sem Vlahovic, Milik e com Weah limitado fisicamente a uma participação de poucos minutos, Thiago Motta optou por uma formação sem atacantes fixos, quase num 4-2-4. Yildiz e Conceição atuaram abertos, enquanto McKennie e Koopmeiners trabalharam por dentro. Não funcionou, pelo menos em termos criativos. Todos ficaram abaixo do que poderiam entregar no último terço do gramado.
Pelo time rossonero, o lado esquerdo foi uma decepção. Hernandez, Reijnders e Rafael Leão não conseguiram engrenar, como aconteceu nos melhores momentos na temporada do time de Paulo Fonseca. Pulisic saiu do banco para atuar nos últimos 20 minutos do jogo, mas participou pouco das ações de um clássico modorrento.
Gols e assistências: Cancellieri (Mihaila); Retegui (Bellanova), Éderson (Ruggeri) e Lookman (Cuadrado) Tops: Éderson e Lookman (Atalanta) Flops: Sohm e Hainaut (Parma)
Postulante ao título, a Atalanta teve mais uma grande exibição, digna de quem quer buscar o scudetto. O primeiro tempo arrasador foi o suficiente para construir uma vantagem tranquila, que foi comprometida brevemente na segunda etapa. Mas, no geral, foi uma atuação de muitas oportunidades criadas e que poderiam ter rendido à Dea um placar mais elástico.
As jogadas de profundidade pelo lado de campo funcionaram bem, especialmente pela esquerda, com o craque Lookman – que colocou três bolas nas redes, embora dois desses lances tenham sido anulados por impedimento. O primeiro gol da partida, porém, acabou saindo pela direita, nos minutos iniciais, quando Bellanova cruzou e Retegui marcou com uma cabeçada. O artilheiro da Serie A, com 12 tentos, chegou ao quarto anotado através desse fundamento, o que representa vem a ameaça constante que o ítalo-argentino é no jogo aéreo.
Outro destaque da equipe, Éderson marcou para os visitantes depois de um mar de chances criadas pelos nerazzurri. Após uma jogada que deixou Rafael Toloi comendo poeira, Cancellieri soltou o pé e diminuiu a desvantagem dos mandantes antes do terceiro do adversário. Irritado, Gian Piero Gasperini chegou a ser expulso, mas não havia nenhum motivo para desespero. Os cruzamentos seguiram entrando na defesa dos crociati. Até que Cuadrado achou Lookman no segundo pau e o nigeriano pode sacramentar a sétima vitória consecutiva da equipe de Bérgamo.
Milan e Juventus fizeram clássico sem emoções e, com empate, se afastaram do topo da tabela (Getty)
Gols e assistências: Adli (Beltrán) e Kean (Sottil) Tops: De Gea e Adli (Fiorentina) Flops: Audero e Barba (Como)
Mais uma vez, os renegados da Fiorentina conseguiram emplacar uma difícil vitória para continuarem no primeiro pelotão da Serie A. Apenas um ponto atrás do líder Napoli, a Viola fez um bom primeiro tempo, contou um De Gea inspirado no segundo e viu mais dois jogadores que foram dispensados pelos seus antigos times fazerem a diferença – o que, convenhamos, já não é mais nenhuma novidade. Assim, a equipe de Florença alcançou sete triunfos consecutivos pelo campeonato, o que só havia ocorrido em sua história no ano de 1960. Os gigliati também engataram uma sequência inédita de quatro triunfos fora de casa com direito a redes intactas.
Com facilidade de trabalhar a bola, os comandados de Raffaele Palladino controlaram a primeira etapa inteira. Adli, que teve excelente desempenho individual, abriu o placar com um chute defensável, contando com o erro de Audero. Após o intervalo, os donos da casa entraram de vez na partida, mas pararam no arqueiro adversário, que efetuou três defesas monumentais num único lance. De Gea, aliás, pode até ser considerado o melhor goleiro da competição até aqui.
Do outro lado do campo, Kean, imparável, balançou as redes pela sétima vez nas quatro últimas rodadas e garantiu o triunfo da Fiorentina. A propósito, o seu gol saiu num dos raros momentos em que não foi marcado por Dossena – Barba é que estava em sua cola na ocasião. O ex-zagueiro do Cagliari, a propósito, arruinou sua boa atuação com uma expulsão boba no fim. Titular absoluto, desfalcará o Como, novo integrante da zona de rebaixamento, no clássico com o Monza, que também será um confronto direto pela permanência na elite.
Gols e assistências: Gigot (Zaccagni), Zaccagni (Pellegrini) e Dele-Bashiru (Isaksen) Tops: Zaccagni e Lazzari (Lazio) Flops: Pobega e Beukema (Bologna)
A melhor mandante do campeonato fez valer o apoio da sua torcida nos minutos finais. Apesar do resultado elástico e do domínio total das ações, abrir o placar foi mais difícil do que a Lazio esperava. Depois que ficou à frente, os gols começaram a sair naturalmente e levaram ao sétimo triunfo consecutivo da equipe de Marco Baroni, considerando todas as competições.
O Bologna de Vincenzo Italiano tem mostrado sinais de melhora em relação ao início da temporada, e limitou com competência os espaços dos biancocelesti na primeira meia hora de jogo. Porém, a expulsão de Pobega, por um carrinho pouco inteligente, ainda aos 35 minutos, acabou com qualquer equilíbrio que os rossoblù poderiam manter no confronto.
Os gols da Lazio saíram somente após a metade do segundo tempo. Gigot, aos 68, marcou após cobrança de escanteio e abriu a porteira. Logo depois, Zaccagni fez uma boa jogada e ampliou. Já no finalzinho, o jovem Dele-Bashiru aproveitou generosos espaços na zaga emiliana e, contando com a lei da vantagem num lance que teve pênalti de Ravaglia em Isaksen, deixou o seu.
Vivendo grande fase, Lookman impulsiona a Atalanta na briga pelo título (Getty)
Gols e assistências: Masina (Lazaro); Djuric (Kyriakopoulos) Tops: Masina (Torino) e Turati (Monza) Flops: Adams (Torino) e Pedro Pereira (Monza)
Mesmo contra um adversário mais acessível do que Juventus, Fiorentina e Roma, o Torino não conseguiu retomar o nível de atuação das primeiras rodadas da Serie A. Com a sequência de maus resultados, os granata ainda têm uma situação bem confortável na tabela, embora estejam mais próximos da zona de rebaixamento do que do pelotão europeu. Por sua vez, o Monza de Alessandro Nesta segue com uma única vitória no campeonato e amarga a penúltima posição.
Como era de se esperar, tivemos um duelo de poucas emoções no Olímpico Grande Torino. A etapa inicial, em especial, foi muito travada, com a melhor chance sendo a primeira, de Maldini, ainda no comecinho. O que desbloqueou o zero do placar foi a bola área. Para os mandantes, Masina subiu no décimo andar e acertou uma bela cabeçada no ângulo. Logo depois foi a vez de Djuric, na sua especialidade, desviando um escanteio na primeira trave. Com pouco repertório, os times aproveitaram o que foi possível. O Toro até tentou chegar ao gol outras vezes, mas uma boa atuação de Pablo Marí e defesas seguras de Turati negaram a alegria aos mandantes.
Gols e assistências: Frendrup e Miretti (Thorsby); Marin (pênalti) e Piccoli (pênalti) Tops: Frendrup (Genoa) e Piccoli (Cagliari) Flops: Martín (Genoa) e Luperto (Cagliari)
Um duelo equilibrado terminou com um resultado justo, por mais que a definição tenha acontecido somente no apagar das luzes. Com Alberto Gilardino surpreendente demitido, Patrick Vieira fez algumas mudanças na formação inicial do Genoa – apesar de ter mantido o 3-5-2 de base. A mais interessante delas foi o uso de Miretti como um ponta esquerda, o que teve impacto direto no resultado.
As jogadas de bola parada foram essenciais para o placar mais volumoso. Mina cabeceou na mão de Thorsby e Marin converteu a penalidade para o Cagliari, ainda no início. Em cobrança de lateral na área, Frendrup aproveitou a casquinha de Pinamonti para encher o pé e empatar, pouco depois.
Miretti virou a partida aos 59 minutos e deu esperanças à torcida do Genoa, que se viu mais distante da zona de rebaixamento por todo o o segundo tempo. Porém, nos minutos finais da partida, outra penalidade máxima, convertida por Piccoli, deu o empate ao Cagliari. O resultado não agradou muito nenhum dos dois times rossoblù, que estão somente um ponto acima do Z3.
Vivendo bom momento na Fiorentina, Adli deu início a uma vitória que representou marca histórica para a Viola (Getty)
Gols e assistências: Pellegri (Cacace); Davis (Lovric) Tops: Pellegri (Empoli) e Lovric (Udinese) Flops: Henderson (Empoli) e Giannetti (Udinese)
No Carlo Castellani, tivemos um empate satisfatório para ambos os lados. Afinal, Empoli e Udinese seguem confortáveis na tabela, principalmente em relação aos objetivos propostos nos início da temporada. Talvez os bianconeri fiquem um pouco mais decepcionados de seguirem para a quarta rodada sem vitória, porém, pelo menos pontuaram fora de casa e seguem bem longe da zona de rebaixamento – assim como os azzurri.
O time de Roberto D’Aversa deixou os oponentes com a bola, mas viu Pellegri marcar um golaço. Do meio da rua, acertou uma pancada no cantinho de Okoye e os toscanos se fecharam de vez depois disso. No segundo tempo, com as entradas de Zemura e Lucca, a equipe friulana adotou uma postura mais agressiva e controlou a posse da pelota através de uma atuação sólida de Lovric. Claro, a Udinese também abusou dos cruzamentos e foi justamente num deles, efetuado pelo meia esloveno, que Davis empatou com uma cabeçada, sua especialidade.
Gol e assistência: Dorgu (Gallo) Tops: Falcone e Dorgu (Lecce) Flops: Ellertsson e Zampano (Venezia)
Depois de dois anos, Marco Giampaolo está de volta à Serie A – e terá que agradecer Falcone pelo resultado positivo do Lecce neste confronto direto. O Venezia insistiu e muito, mas não aproveitou as oportunidades que teve. Oristanio perdeu mais de uma, Busio quase anotou uma pintura e Pohjanpalo, na chance mais clara dos arancioneroverdi, jogou para fora, dentro da pequena área e sem goleiro.
O Lecce não tem nada a ver com isso. Na ótima subida de Gallo pelo flanco canhoto, o cobiçado Dorgu aproveitou o cruzamento na segunda trave e marcou o único gol da partida. O jovem lateral-esquerdo dinamarquês tem sido um ponto alto dos salentinos na temporada, e vem tendo muita presença ofensiva. O mesmo vale para o garçom italiano, que tem conseguido uma boa sequência de bons jogos depois da expulsão contra a Fiorentina. Com a sintonia entre a dupla, os giallorossi deixaram a zona de rebaixamento e deixaram o Venezia afundado na lanterna.
De Gea (Fiorentina); Bisseck (Inter), De Vrij (Inter), Bastoni (Inter); Di Lorenzo (Napoli), Éderson (Atalanta), Adli (Fiorentina), Zaccagni (Lazio); Correa (Inter), Thuram (Inter), Lookman (Atalanta). Técnico: Simone Inzaghi (Inter).