O São Paulo com nova cara? | OneFootball

A Coluna do Felipe é publicada às quintas-feiras pelo Felipe Morais e sempre trará detalhes sobre a rica história do Tricolor! Clique aqui e veja todas as edições da coluna.

Quando Fernando Diniz chegou ao São Paulo, eu particularmente não gostei, porém, como faço com jogadores – até mesmo Calazans – eu sempre dou um voto de confiança e pedi que ele fosse uma grata surpresa, tal qual, Diego Aguirre foi. Até hoje não se sabe ao certo o que tirou Aguirre do comando do São Paulo, mas eu acredito na história de que Nenê puxou o tapete e Raí não teve peito para encarar. Até que me digam outra história, para mim, é essa. E parece que existe uma tendência de que Diniz seja uma grata surpresa mesmo.

Acho muito prematuro julgar o trabalho dele com 4 ou 5 rodadas do campeonato. O São Paulo não será campeão Brasileiro, isso é fato, mas se chegar a Libertadores será obrigação pelo tamanho do time. Espero que Diniz esteja preparando o tricolor para 2020 e que a fila, que já está irritando muito a nós, torcedores, acabe. O São Paulo, em 2019, precisa organizar o time, recuperar Hernanes e entrosar para vir forte em 2020. No papel, o time é ótimo, afinal, quem tem um goleiro como Volpi? Laterais como Daniel Alves, Juanfran, Igor Vinicius e até Reinaldo, que não é um Serginho ou Junior, mas para o atual futebol brasileiro, está entre os melhores, mas longe, e muito longe, de ser um craque na posição. Uma defesa com Arboleda e Bruno Alves, um volante com o potencial do Luan, volantes/meias como Jucilei, Tchê-Tchê, Hernanes, Igor Gomes, Liziero, Vitor Bueno ou um ataque com Pato, Pablo, Antony, Toró ou Everton? No papel, o time bate de frente com Palmeiras, Grêmio e Flamengo. Mas no papel, só o Palmeiras ganha títulos.

Já vemos mudanças

Uma coisa é fato, o São Paulo é outro. Na época do Cuca, era chuveirinho na área, com Diniz é jogadas de linha de fundo, chute de fora, tabelas. Acho o Cuca um dos melhores técnicos do pais, mas no tricolor, ele não foi nada bem, muito longe do que foi em 2004, onde ele montou um esquadrão campeão de tudo em 2005.

O São Paulo está mais motivado também. Não sei o quanto Cuca ter entrado nas finais do Paulistão prejudicou a sua imagem, pois o time tinha comprado a filosofia de Mancini durante a competição, mas era nítido que o time não rendia em campo com Cuca, como rende com Diniz. Uma coisa que precisa ser resgatado do tempo de Aguirre era que o time poderia até perder, mas não entregava de mão beijada a derrota. Com Jardine e Cuca isso se perdeu um pouco, mas com Mancini voltou. Acho que o Diniz precisa recuperar isso.

Telê como referência

Se ele disse isso para agradar a torcida ou se é verdade, nunca saberemos, mas de fato, Diniz gosta do futebol bem jogado, como Telê gostava. Nem de longe, compara-se Telê e Diniz, mas se o atual técnico do São Paulo tem como referência o grande mestre, é um excelente caminho. O futebol brasileiro precisa voltar a ser o futebol arte, assim como vemos diariamente em Redes Sociais, pessoas postando vídeos da Seleção de 82, dos Menudos do Morumbi ou dos títulos de 92/93. Futebol arte, espetáculo e para frente. Muricy diz que quem quer ver espetáculo que vá ao Teatro, isso eu discordo, humildemente, do grande Muricy, que também não condiz com o que seu mestre, a quem ele chama até hoje, de “Sr. Telê” (olha o nível de respeito que ele tem pelo mestre) pregava.

O ex-jogador Zinho, em recente comentário, diz que o Flamengo está voando porque o Bruno Henrique não volta para marcar lateral. Se o Diniz fizer o mesmo com Antony, já é um começo!

Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br

*A opinião do colunista não reflete a opinião do site

Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net